assim seja

Os valores simbólicos dos materiais conversam diretamente com as imagens que utilizo para reproduzir encontros entre materiais preciosos e imagens precárias, assim também imagens raras em suportes precários, ou mesmo reativos, capazes de destruir a própria imagem.

“Assim seja” é uma série que produzi a partir de imagens fotográficas que realizei durante algumas viagens. Ao chegar numa loja de antiguidades, deparei-me com um conjunto de oratórios particulares em estado de deterioração e abandono. Inicialmente analisei o estado das peças e realizei algumas fotografias, onde essas imagens do precário seriam transferidas para suportes preciosos. Escolhi então o ouro como elemento para trabalhar com tais imagens, nas quais o branco da fotografia seria substituído pelo ouro, pois pretendia contrapor valores adversos: religiosidade e economia.

A escolha do ouro como elemento “coparticipante” das fotografias realizadas para a série “Assim seja” seguiu uma sequência de etapas que, inicialmente, consiste em revestir uma placa de madeira com a técnica de douração. Assim, teremos uma superfície “preciosa”, preparada para conter e “contaminar” uma imagem que se refere ao estado precário de uma determinada situação, neste caso específico, aquela relacionada aos oratórios encontrados num antiquário.

No interior dos oratórios, identifiquei algumas imagens simbólicas dos ícones religiosos marcados pela abrasão de substâncias presentes na poluição ambiental, agressão de insetos e principalmente pela intervenção humana. Dessa maneira, ao escolher dois elementos paradoxais: o ouro e a imagem do precário, construo uma imagem reativa entre o profano e o sagrado.

so be it

The symbolic values ​​of the materials talk directly with the images that I use to reproduce meetings between precious materials and poor images, s well as rare images in precarious supports, or even reactive, able to destroy the image itself.

"So be it" is a series which I produced from photographic images that I made during some trips. Arriving in an antique store, I came across a set of personal shrines in a state of deterioration and abandonment. Initially I analyzed the condition of pieces and made some shots. Performed some pictures.Then chose gold as element to work on such images, in which the white in the photography would be replaced by gold, an intention to counteract adverse values: religion and economy.

The choice of gold as element "co-participant" of photographs taken for the series "So be it" followed by a sequence of steps that initially is to coat a wooden board with the gilding technique. So, we will have a "precious" surface, prepared to contain and "contaminate" an image that refers to the precarious state of a given situation in this particular case, one related to oratories found an antique store.

Inside the shrines, identified some symbolic images of religious icons marked by abrasion of substances in environmental pollution, insect attack and mostly by human intervention. Thus, to choose two paradoxical elements: gold and the image of the poor, build a reactive image between the profane and the sacred.