a busca dá imagem

Refletir sobre uma determinada imagem fixada numa superfície plana nos faz pensar naquelas que são instáveis, seja pelo seu caráter físico e químico precário, seja pela sua significação alterada pela percepção. Assim, o projeto “A busca dá imagem” explora o pensamento sobre uma imagem “fotográfica instável”, de caráter fugidia, uma imagem no espelho, trata de uma instalação composta por dezesseis espelhos apoiados sobre uma mesa metálica de seis metros de comprimento, cobertos por uma camada de parafina sólida e cinco mil velas brancas disponibilizadas junto ao rodapé da galeria, para serem usadas pelo visitante, caso deseje participar da obra.

Seguindo um caminho pertinente ao uso de materiais capazes de colocar em “questão” a imagem do real, nessa instalação conferi um estado instável entre o que vemos e o que queremos ver. Assim sendo, o estado provisional das imagens que emergem do processo participativo em “A busca da imagem” recai sobre o modo como se percebe a si mesmo e o entorno.

As características “fotográficas” aqui apresentadas distanciam-se daquelas discutidas pelos fotógrafos, pois essas surgem do encontro entre materiais e procedimentos que, de alguma maneira, se aproximam daqueles encontrados numa bancada para revelação química. As imagens são reveladas pelo aquecimento da camada sólida de parafina encontrada sobre os espelhos.

Neste trabalho, meu interesse atravessa questões que discutem a produção de uma imagem, mesmo quando esta não seja visível ou decifrável, podendo perder-se no esquecimento ou “resfriamento do pensamento”. Para que isso não ocorra, é necessário um esforço para que esta se mantenha “clara” em nossa consciência. Minha proposta configura-se numa metáfora para discutir a necessidade de um certo esforço para manter uma “imagem” definida, entendendo como imagem qualquer tipo de resultado mental.

the search for image

Reflecting on a particular image fixed on a flat surface makes us think of those unstable ones, both for its precarious physical and chemical characteristics, or because of their significance altered by perception. Thus, the "Search for Image" explores the thoughts about the "unstable photographic image", of fleeting features, an image in a mirror. It is an installation composed of sixteen mirrors on a six feet long metal table, covered by a layer of solid paraffin and five thousand white candles lying available on the gallery floor. They can be used by audience who wishes to participate in the work.

By commiting myself to the use of materials who "questions" the actual image, this installation I have bestowed an unstable state between what we see and what we want to see. Therefore, the provisional status of the images that emerge from the participatory process in "The Search for Image " lies on the way how one perceive oneself and the environment.

The "photographic" features here presented aparts themselves from those discussed by photographers, as the former arise from the encounter between materials and procedures that somehow approximate of those found on a board for chemical development. Images are revealed by heating a solid paraffin layer found on the mirrors.

In this work, my interest travels through issues that discuss the production of an image, even when it is not visible or decipherable, may be lost in oblivion or by "cooling of thought." To avoid this, an effort is required so that it remains "clear" in our consciousness. My proposal sets up a metaphor to discuss the need for a certain effort to keep an "image" defined, understing as any kind of mental image result.